“A economia brasileira está na UTI”, afirma Paulo Alexandre Barbosa

“Entendo que a agenda do Congresso Nacional da Câmara dos Deputados deve ser uma agenda de resultado para a população brasileira. A população está cansada dessas discussões ideológicas que não refletem no dia a dia da população. Não melhoram a geração de emprego, não melhoram a economia. Então, na minha visão, nós devemos ter uma responsabilidade, primeiro, com a questão econômica, porque com a economia indo bem a gente tem resultado concreto para a população. Por outro lado, a economia indo mal como está atualmente, com o dólar disparado, com a Selic acima de 13, não tem como sobreviver. A economia brasileira hoje está na UTI.
Eu acho que, primeiro, a pauta é a pauta econômica, de responsabilidade fiscal, de ajuste, no corte de gasto. Acho que o governo tem que ter essa prioridade, e a Câmara tem que ter a responsabilidade para que a gente possa, através dos cortes, através de ajustes concretos - não o que aconteceu no ano passado com a proposta de ajuste tímido, aquém daquilo que o Brasil precisa, reverter o quadro. E, no meu ponto de vista, a atuação do governo foi até extemporânea, porque as medidas de contenção, essa é uma lição básica de gestão pública, devem ser tomadas no início do governo. Mas o governo perdeu o tempo certo de fazer isso. Agora, precisa recuperar esse tempo perdido e apresentar essas medidas de contenção.
Ao longo do tempo, o Brasil foi criando um estado de penduricalhos, estatais, empresas, que não cabem no orçamento público. Esse é o fato. Então é preciso cortar, cortar em caráter permanente para que a gente consiga colocar dinheiro naquilo que é relevante.
Além da economia, o que eu vejo como prioridade para a população brasileira é a questão da segurança pública, que afeta diretamente a vida do cidadão de bem, do cidadão brasileiro que quer trabalhar, que deseja empreender e precisa ter a segurança.
O Congresso pode atuar nessas matérias, na legislação, para que tenhamos penas mais duras, severas. Hoje, o que a gente observa é um prende e solta; quer dizer, a polícia faz muitas vezes o seu trabalho, mas o judiciário solta. Muitas vezes são crimes repetidos, muitas vezes pelos mesmos criminosos.
Ontem, tivemos uma reunião com o presidente Hugo Motta e a visão dele é exatamente essa, a responsabilidade que a Câmara tem de ter com o país, a pauta econômica como prioridade, a questão da responsabilidade fiscal. O governo precisa se entender, porque a gente sabe que há uma disputa em diferentes alas do governo. Esse pacote que veio para o final do ano apresentado pelo ministro Haddad, que foi voto vencido dentro do governo. Um pacote tímido e sem reflexo na economia. Ou melhor, tivemos um reflexo negativo, a disparada do dólar, da Selic.”, Deputado Paulo Alexandre Barbosa, Suplente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
O presidente Lula reclamava do presidente do Banco Central anterior que aumentava a taxa de juro inadvertidamente, segundo ele. Agora, o presidente do Banco Central, escolhido por ele que está aumentando a taxa de juro.
O governo precisa ser o indutor. Nós temos a obrigação de votar, de pautar, a mesa diretora não vai se furtar a contribuir. Tem que contribuir com o Brasil, tem essa responsabilidade, mas são iniciativas de competência do Executivo. Cabe a Câmara aprimorar, votar, priorizar, e isso eu não tenho dúvida que o presidente Hugo Mota fará com bastante propriedade.
É fato que o governo precisa melhorar a sua articulação política. Isso todos nós sabemos aqui no dia a dia do Congresso. Hoje não há espaço para aprovar essas medidas que são relevantes para o governo. À mesa diretora compete pautar, ao presidente Hugo Mota dialogar com os líderes, mas os votos necessários para aprovar essas medidas cabem a articulação do governo através dos seus ministérios, dos seus líderes e certamente o governo vai precisar mudar, vai precisar se reinventar, eu diria, para que nesse próximo biênio tenha as condições adequadas aqui na Casa para aprovar essas matérias que são fundamentais e importantes para a economia do país.”.