Dois dos três deputados federais que representam a Baixada Santista se manifestaram, ontem, sobre a taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos: Rosana Valle (PL) e Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

A parlamentar responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela situação. Ela, que é do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — citado por Trump na carta enviada a Lula —, disse que o petista se aproximou de “ditaduras, grupos terroristas e inimigos declarados da democracia”.

Para Rosana, que declara considerar o fato uma crise geopolítica sem precedentes, “a mensagem do governo americano é dura, mas clara: alianças têm consequências. (...) Esperamos que a maturidade política e o bom senso retornem à mesa de negociação. (...) Esse impasse não interessa a ninguém: nem ao Brasil, nem aos Estados Unidos, nem à estabilidade do continente”.

Lula, em carta de resposta a Trump, escreveu que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. Rosana Valle, porém, entende que questões internas não podem ser utilizadas “como escudo ideológico para justificar erros diplomáticos” e o “ativismo” do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Paulo Alexandre Barbosa diz que, “enquanto os que alimentam a guerra ideológica disputam holofotes e narrativas, quem paga a conta — e uma conta alta e injusta — é o povo brasileiro”.

“A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros é uma medida absurda. O momento exige maturidade e a resposta está na mesa de negociação. É através da diplomacia que podemos encontrar uma solução equilibrada e proteger os interesses da nossa nação”, postou Barbosa em suas redes sociais.

Até o fechamento desta edição, a assessoria do deputado federal Carlos Alberto da Cunha, o Delegado Da Cunha (PP), não respondeu à Reportagem. Ele não fez menções à imposição de Trump em seus perfis em redes sociais. Desde quarta-feira, tem postado mensagens como as de investimentos em saúde em Marília, no Interior paulista, e de reuniões com políticos de Campinas (SP).